03 dezembro 2010

Mercúrio "torna" íbis brancos homossexuais

03/12/2010 às 20:31


O mercúrio afeta o comportamento dos íbis brancos, “tornando-os homossexuais”. De acordo com um estudo científico recentemente publicado, e divulgado pela BBC, quando as doses de mercúrio na dieta destas aves é elevada, os machos tendem a acasalar com outros machos.
Vários cientistas estudaram o efeito do mercúrio na dieta destas aves, na Flórida (EUA) e no Sri Lanka, para perceberem porque é que os íbis não estavam a reproduzir-se. A poluição por mercúrio pode ter origem na queima de carvão e de lixo e das águas que escorrem das minas. O relatório final, publicado na revista “Proceedings of the Royal Society B”, refere que as aves que vivem nas zonas úmidas estão a ser severamente afetadas por esta substância.
Embora os investigadores soubessem já que a ingestão de alimentos contaminados com mercúrio pode afetar o desenvolvimento dos animais, ficaram surpreendidos com as conclusões a que chegaram no final deste estudo.

“Sabíamos que o mercúrio podia reduzir os níveis de testoterona (hormonio sexual masculino), mas não esperávamos estas conclusões”, explicou, à BBC, Peter Frederick, na Universidade da Florida, coordenador do estudo.

A equipe de cientistas alimentou os íbis brancos com comida com concentrações de mercúrio equivalentes às encontradas nos camarões e nas lagostas, o principal prato da dieta destas aves. Quanto maior era a quantidade de mercúrio na comida, maior era também a probabilidade de os machos acasalarem uns com os outros.

Peter Frederick e os seus colegas referem que o estudo mostra que o mercúrio pode reduzir drasticamente as taxas de reprodução das aves e, eventualmente, de outros animais. O mecanismo que provoca este comportamento ainda não está completamente esclarecido. Há, contudo, um dado importante: os machos com as mais altas taxas de mercúrio não se exibiam tanto, pelo que eram mais facilmente ignorados pelas fêmeas.

As zonas úmidas, habitat natural destas aves, são particularmente vulneráveis à contaminação por mercúrio. As bactérias que vivem no lodo espesso, sem oxigênio, alteram a composição química do mercúrio, transformando-o na sua forma mais tóxica: o mercúrio metilado. Esta nova substância pode imitar alguns sinais dos hormônios corporais, algumas das quais ligadas à função reprodutiva.

“Estamos a verificar grandes alterações reprodutivas com baixas concentrações de mercúrio”, explica Peter Frederick. “Pelo que temos que ter mais atenção quanto a este aspecto”.

Quer saber mais: visitem o site abaixo (site de origem desta matéria), elé é interessante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário